FINALIZANDO
domingo, 20 de novembro de 2016
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
BAILE
PAULINO - YOUSSEF - RONAN
JOÃO - KRYSLA - EMILY - BRUNA
AILA - DJULY - LAIANA
GABRIELA - CÁSSIA
BRUNA - SOPHIA - LETÍCIA
HERMANO - YOUSSEF
LARA - NELTON
MATHEUS & CARLA
LUCIANA & GLÁUCIA
JOÃO - NICOLAS - ROBINHO
COM A DIRETORA - VERA
ANDRESSA & GABRIEL
AULA DA SAUDADE
EU E LU
YOUSSEF - LUCIANA - THIAGO
LETÍCIA - FROTA - EMILY
LARA
RAFAELA E FROTA
GABRIEL - THAWANY - JÚLIA - MONIQUE - ANA JÚLIA - VALÉRIA
MENINOS DO "G"
MENINAS DO "G"
EVELYN - AMANDA - LETÍCIA&LETÍCIA
BEATRIZ - NICHOLAS - ARNOR - ÍSIS - VÍTOR
ROBINHO
ÚLTIMA FILA DO RANGO
ATIVIDADES TERCEIRÃO
AULA NO CENTRO HISTÓRICO DE PORTO VELHO
EXIBIÇÃO AOS JURADOS
EXPECTATIVA CURTA LEITURA
SIMULADO ENEM
TROFÉU CUPUAÇU
ESPELHOS
Passei a maior parte da minha vida fugindo dos
reflexos que via em
espelhos. Na infância, enquanto as “crianças normais” tinham
medo de filmes de terror, de monstros alienígenas vindos do espaço em uma terrível
caçada à sua procura (como se elas realmente fossem tão importantes ao ponto de
mobilizar uma raça inteira à sua procura) eu era atormentada dia e noite pelo
terrível monstro que os mortais teimavam em denominar: espelho.
Sei que inicialmente você pode pensar que esse é mais um dos antigos
relatos de uma adolescente de quinze anos (e que vale destacar, não é muito
importante no mundo e que não vale muita coisa) reclamando de como a vida é
dura e como sofre com acne e amores não correspondidos mas, eu sinto decepcioná-lo,
não sou só mais uma adolescente. Eu sou A adolescente e tenho argumentos,
experiência e uma convicção muito forte de que depois desse relato o senhor,
caro leitor, vai ter uma visão ampliada, e espero que tenha bom senso e empatia
o suficiente para olhar com outros olhos, não só os adolescentes, mas as
pessoas de um modo geral.
A verdade é que, pra uma pessoa como eu, não há a possibilidade de uma vida “normal”. Nem mesmo somos definidos como normais, porque nossa vida fugiria como exceção da regra? Durante este relato você vai notar que a palavra “normal” é citada muitas vezes e nós pedimos desculpas por esse transtorno. Aliás, é exatamente sobre isso que eu quero falar. Sobre este “transtorno”. Eu já pensei e já tentei por várias vezes me desculpar por ser quem eu sou. Mas eu aprendi a me aceitar e desejo que você também aprenda. Desejo mas, não por mim, desejo por você. Desejo por outros jovens como eu.
Com três anos eu larguei as bonecas e passei a procurar os carrinhos. Com quatro eu tentava voltar às bonecas já que me eram negados os carrinhos. Com cinco as menininhas da escolinha me rejeitavam e eu não podia me juntar aos meninos. Com seis eu aprendia a aproveitar da minha própria companhia. Com sete eu aprendi a ser dissimulada e tentava me encaixar no grupinho das meninas. Com oito voltei a ser isolada. Com nove voltei a desfrutar da minha doce companhia, com dez meu corpo começou a dar os primeiros sinais de mudança. Com onze veio o incômodo de seios crescendo. Com doze o incômodo da primeira menstruação e com treze uma depressão. Aos quatorze a tão esperada compreensão, eu finalmente achei meu caminho. E agora aos quinze eu tenho meu corpo.
A verdade é que, pra uma pessoa como eu, não há a possibilidade de uma vida “normal”. Nem mesmo somos definidos como normais, porque nossa vida fugiria como exceção da regra? Durante este relato você vai notar que a palavra “normal” é citada muitas vezes e nós pedimos desculpas por esse transtorno. Aliás, é exatamente sobre isso que eu quero falar. Sobre este “transtorno”. Eu já pensei e já tentei por várias vezes me desculpar por ser quem eu sou. Mas eu aprendi a me aceitar e desejo que você também aprenda. Desejo mas, não por mim, desejo por você. Desejo por outros jovens como eu.
Com três anos eu larguei as bonecas e passei a procurar os carrinhos. Com quatro eu tentava voltar às bonecas já que me eram negados os carrinhos. Com cinco as menininhas da escolinha me rejeitavam e eu não podia me juntar aos meninos. Com seis eu aprendia a aproveitar da minha própria companhia. Com sete eu aprendi a ser dissimulada e tentava me encaixar no grupinho das meninas. Com oito voltei a ser isolada. Com nove voltei a desfrutar da minha doce companhia, com dez meu corpo começou a dar os primeiros sinais de mudança. Com onze veio o incômodo de seios crescendo. Com doze o incômodo da primeira menstruação e com treze uma depressão. Aos quatorze a tão esperada compreensão, eu finalmente achei meu caminho. E agora aos quinze eu tenho meu corpo.
Finalmente posso ser eu mesma. Mas ainda
falta muita coisa. Faltam muitos anos e muita luta.
A adolescência nunca é fácil. A vida não é fácil, agora se imagine na minha situação. Imagine-se tendo de enfrentar a mudança de seu corpo, os conceitos que lhe são impostos e logo depois veja como sua vida, pessoa normal, é fácil comparada à minha. Dramático? Não. É a realidade. Esta é a realidade de uma pessoa transexual. É a realidade de um adolescente. De uma criança, talvez. Utilize de empatia e faça do mundo um lugar melhor. Seu preconceito não muda minha situação apenas piora, transformando uma fase já difícil em um estado de tormenta.
A adolescência nunca é fácil. A vida não é fácil, agora se imagine na minha situação. Imagine-se tendo de enfrentar a mudança de seu corpo, os conceitos que lhe são impostos e logo depois veja como sua vida, pessoa normal, é fácil comparada à minha. Dramático? Não. É a realidade. Esta é a realidade de uma pessoa transexual. É a realidade de um adolescente. De uma criança, talvez. Utilize de empatia e faça do mundo um lugar melhor. Seu preconceito não muda minha situação apenas piora, transformando uma fase já difícil em um estado de tormenta.
I.D.
1º Ano
Assinar:
Postagens (Atom)
UMA AULA DE ARTE NA PRÁTICA
Em 12 de maio iniciamos os trabalhos de confecção do baralho com o 1º Ano 'B'. A segunda etapa será a escolha dos verbos no modo...
-
Ieda Dias Rede traiçoeira na linda roseira aranha deixou. Joaninha faceira ligeira, brejeira na rede pousou. Teimoso girassol olhando sempre...
-
AS LUAS DE LUÍSA (1ª parte) Diléia Frate A terra tem uma lua, Saturno tem vinte, mas Luísa, temperamental, imprevisível, criativa, brincalh...
-
Em 12 de maio iniciamos os trabalhos de confecção do baralho com o 1º Ano 'B'. A segunda etapa será a escolha dos verbos no modo...