quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CRÔNICA

TEMPO

Não há tempo.
     Há algo de sadicamente irônico sobre o tempo. E, talvez, isso se tornasse claro se parássemos só por um instante, e nos deixássemos enxergar tal fato. Mas não paramos, nunca paramos. Estamos sempre correndo, sempre atrasados, sempre com pressa. Sempre sem tempo. Presos em uma corrida, com um gigantesco lapso de nexo, em direção ao fim literal. Afinal, qual o sentido da pressa se a morte é o que nos espera na linha de chegada do fim dessa mórbida corrida, também conhecida como vida?
     A verdade é que todos vamos morrer. Simples assim. Apenas um fato. Fato iminente, o qual não está em discussão. É assim, e ponto. E fim. Somos seres mortais, com dias finitos e horas contadas, apenas de passagem no universo vasto e perene. Amontoados de matéria que insistem em não ter tempo, em seu pouco tempo, em seus minutos numerados, como um cachorro que persegue, tolamente, o próprio rabo. Sempre ocupados demais para as "toscas" coisas da vida, para sorrir, para viver. 
      As estações mudam, passam-se as folhas do calendário, e quando menos esperam, chegam o fim dos seus míseros segundos enumerados. E o que poderiam fazer? Não há mais tempo.

EMANUELLE - 1º ANO "B"
CARMELA DUTRA

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